Os portugueses são pessoas generosas. Gostam muito do seu amigo e não olham a despesas no que toca a oferecer um belo presente aos mais chegados.
Mas nem sempre os presentes mais caros são os melhores ou aqueles que maior significado têm ou representam, quer para quem oferece, quer para quem recebe.
Uma prenda singela pode selar uma amizade de infância ou o amor de uma vida. E uma boa dose de imaginação quanto baste pode ser o suficiente para agraciar alguém que nos ficará eternamente agradecido.
Até nisto os portugueses são um povo pequeno, leia-se simples e humilde e nada de confusões com tamanhos, pesos ou importância.
Sim, sejamos humildes e generosos. Uma vez que os tempos são de crise e os bolsos quase vazios não podem abarcar megalomanias, nada melhor que agraciar um velho amigo com um bom Pãozinho de Ló ou com um cestinho (acho o termo mais maneirinho do que cabaz; não se trata de uma futebolada) de robalinhos da nossa costa.
Como dizia, até nisto os portugueses são pequeninos.
Amigo, não queres um belo “coche”?
Ora essa, por quem és? Dá-me lá uma chouricinha caseira e um garrafão de tinto que já fico bem servido!
É nisto que os portugueses são também mestres e dão cartas em todo o Universo (o Mundo já é demasiado pequeno e a nossa fama já é conhecida nos seus quatro cantos).
Os “portugas” são os maiores em matéria de “cozinhados”, “salganhadas” e “trinta e uns”.
Não há Lei nem Ordem que resista.
Quanto a mim, que sou mais dado a tradicionalismos, quem me oferecer uma bela travessa de Cozido à Portuguesa pode contar comigo pró que quiser!